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            Após mais um dia de trabalho, Hannah, como em todas as vezes, chegou cansada, tomou banho, jantou, deitou no sofá e ligou a TV. Ela costumava ficar assistindo televisão até quase a hora de dormir, porém nesse dia, o cansaço era maior, então ela adormeceu no sofá.

            Uma hora e poucos minutos depois, Hannah acordou assustadíssima. Ela havia deixado a luz da sala acesa e a TV ligada, agora, sua casa estava uma completa escuridão. Mas esse não foi o único motivo dela despertar tão assustada. O som estridente de uma trovoada a fez acordar. Naquele momento caía uma forte chuva com ventania, raios e trovões.

            Após o susto, Hannah percebeu que toda aquela escuridão foi causada devido à forte tempestade. Toda aquela água que desabou, somado as inúmeras descargas elétricas, contribuiu com a queda da energia elétrica. Como ainda estava cedo, Hannah continuou deitada no sofá, hora olhando para o teto, hora olhando para a janela, observando os galhos e as folhagens das árvores e plantas do seu quintal balançar devidos aos ventos fortes, que através das cortinas formavam sombras, de certo modo, assustadoras.

            Por volta de uma hora depois a tempestade passou e restaram apenas alguns poucos relâmpagos e som de trovoadas, mas com menos intensidade. Hannah não tinha muito que fazer, ainda aguardava impacientemente a volta da energia elétrica. Como não restava alternativa, ela decidiu ir pra cama mais cedo, mas antes de levantar do sofá e se dirigir para seu quarto, notou algo estranho.

            Percebeu que os galhos das árvores continuavam balançando, mas agora as sombras pareciam estar balançando de modo diferente, pareciam estar se movimentando mais rápido e mais próximo da janela. Curiosa para saber o que estava acontecendo lá fora, levantou-se foi até a janela, abriu e se espantou com o que viu. As árvores e plantas do seu quintal estavam totalmente paradas. Não só a chuva e trovoadas, mas também as ventanias haviam cessado. Hannah pensou: “ O que eram aquelas sombras que eu vi?”. Mas o maior susto ainda estava por vir.

            Hannah, antes de fechar a janela, e bem no momento em que um relâmpago iluminou o quintal, foi surpreendida por um vulto negro que surgiu de repente e a agarrou tentando puxá-la para fora. Hannah sem saber o que estava acontecendo tentou lutar contra aquilo que a estava agarrando, mas, por mais que fizesse esforço para soltar, não conseguia. A escuridão era total, isso fez com que ela entrasse em desespero, ainda mais quando outras mãos o agarraram, agora, era como se três pessoas estivessem tentando puxá-la para fora. Até que Hannah não conseguiu mais suportar e foi puxada para fora e arrastada por aqueles seres estranhos para o meio do quintal.

            Enquanto Hannah era arrastada, notou que os vultos, que ela apenas conseguia ver quando os relâmpagos clareavam o quintal, emitiam alguns grunhidos estranhos, como se fosse gente. Hannah gritou desesperadamente em vão, os vultos continuavam a arrastando pelo quintal, até que, a energia elétrica voltou e, do nada, os vultos se esconderam. Quando ela se deu conta, viu que estava toda sujo de lama, bem no meio do quintal entre as plantas e árvores. Mesmo todo molhada e suja de lama, Hannah entrou na casa, pegou as chaves do carro, nem quis saber de trancar as portas, entrou no veiculo e saiu em alta velocidade até chegar a casa do seu irmão, dois quarteirões depois dali.

            Ao chegar, Hannah contou tudo ao seu irmão, que ficou meio sem saber o que dizer, mas permitiu que ela ficasse por ali pelo tempo que desejasse, ou até se recuperar do susto. Mas Hannah não pretendia voltar para sua casa tão cedo, o trauma de ser arrastada por vultos vindos do além era extremo.

            Logo em seguida, o telefone residencial da casa toca, Hannah olha assustada. O irmão, então se desloca até o aparelho, atende-o e, escuta uma voz, era a mãe deles aos prantos preocupada com a reação que Hannah teve minutos antes ao sair de casa dirigindo o carro. Após algum tempo de dialogo ambos começaram a rir na ligação e, no outro lado da linha estava a mãe, o pai e a irmã de Hannah pedindo para que ela voltasse para casa sem preocupação que os “vultos” já haviam acordados, inclusive queriam a presença dela ali.

Noite de Espanto

Danielly Queiroz
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