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O escuro do quarto conversa com o vazio do copo

(Que é o mesmo vazio da alma)

Eles debocham e, sarcáticos, riem das minhas tentativas

Bem, pelo menos eu tento

E aí eu choro.

Ainda mais quando aquelas crianças sem digitais acenam pra mim

(Suas vidas cabem em saquinhos)

E aquele velho seringueiro sem dentes me sorri

E aquela velha viúva de vida tão seca e armários tão vazios

olha pra mim com ternura de mãe, como se dissesse

"Não seja boba, menina"

E então mais uma árvore tomba

Tumba

E mais uma cor fecha os olhos

...Esse silêncio está me deixando com falta de ar

Mas se eu acender as luzes não terei mais do que reclamar

E então ficarei sozinha de novo

Sem ter nem mesmo o silêncio para conversar

Guida

Fantasma

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