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Resenha de Brás, Bexiga e Barra Funda de Alcântara Machado

JH

        Em 1927, o escritor Alcântaro Machado publicou sua segunda obra: Brás, Bexiga e Barra Funda. O livro de contos, cujo conteúdo o autor afirma ser feito de notícias, faz parte da primeira fase do Modernismo e aborda o dia a dia da “nova população” brasileira, os mestiços que se orgulham de terem nascido no Brasil.

        São, ao total, 11 contos que relatam a vida da classe baixa paulista. Todos com um humor e tom jornalístico que são a marca do autor, que também dá um ar de crônica a sua escrita animada e viva. Porém mesmo em sua leveza de escrita, Alcântara não deixa de lado a densidade do enredo, não perdendo tempo em detalhismos de cenários e alongamentos da história. Ele foca no essencial para que seu leitor consiga se localizar no espaço e tempo do que é contado, o que torna seus contos curtos mesmo com uma densidade narrativa.

        As histórias são contadas em 3° pessoa, em blocos e, principlamente, diálogos. O foco narrativo facilita a construção das cenas pelo leitor, pois são os diálogos que constroem psicologicamente as personagens; com eles é possível entender suas ações e personalidade. A narrativa em bloco lembra a escrita de roteiros de teatro e cinema.

        As personagens das histórias são simples, até superficiais em certos pontos, e terminam da mesma maneira que começaram, mostrando sua falta de profundidade interna. Por outro lado, não são cartunescas, mesmo com a forte veia humorística das histórias.

        Brás, Bexiga e Barra Funda é uma obra leve, divertida, cheia de humor e um interessante tom jornalístico que faz um retrato importante da sociedade brasileira em uma época de quebra de valores e criatividade artística.

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