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    Mais um dia, mais uma vez, sobrevivi a mais uma noite em que não dormi, mais uma oportunidade de continuar minha rotina, de fazer meus deveres, de rever as pessoas que amo e por quem tenho tanto afeto. Enfim, outro dia na minha vida que irei continuar meus estudos. Então me arrumo, a fim de não me atrasar para chegar no Instituto Marcos Andreazza, um lugar onde eu sempre sonhei em estudar. Eu amo esse lugar. Tudo ocorria bem, aparentemente seria um dia como os outros.

    Apesar do grau de dificuldade das provas e ensino puxado que a instituição exercia, aquele era um lugar agradável, preferia estar lá do que em casa. Especialmente por ela, Jéssica, em quem a instância dos meus sonhos se concentra, ser divino, maravilhoso, de andar impecável, muito mais madura que outras meninas, de caráter honrável. Não era uma menina, mas sim uma mulher. Tanto mentalmente quanto fisicamente, e que pernas ela possuía!

    Aquela semana após as férias estava sendo um pouco conturbada para mim, começou bem, mas logo depois as coisas pioraram (ou melhoraram, dependendo do ponto de vista). O tratamento que estava fazendo começava a fazer efeito, mas logo depois meus níveis de ansiedade aumentaram e piorei. Eu tenho uma doença chamada Complexo de Andrômeda, uma enfermidade neural na qual, quando submetido a níveis elevados de estresse ou ansiedade, meus neurônios sofrem uma sobrecarga de informações e começo a "viajar", como se estivesse indo para outro lugar. Nesse período, meu corpo realiza movimentos involuntários. A melhor forma de combate a essa enfermidade é me acalmando ou evitando grandes emoções.

    Eu estava alegre nos últimos dias, pois tinha iniciado um contato com a Jéssica, e a fim de me aproximar mais dela, me tornei mais próximo e passei a conversar com ela todos os dias, conseguia até abraços de vez em quando. Como seu aniversário ocorreu recentemente, eu dei uma roseira para ela de aniversário.

Voltando ao dia atual. Havia eu chegado no colégio, iniciei minha rotina, porém perto do meio dia, um colega meu chamado Reizenberg (gostava muito dele) - e grande amigo de Jéssica- não estava bem, ele não havia almoçado no dia anterior. Então, resolvi tentar ajudar ele de alguma forma, apesar de não obter sucesso.

    Jéssica passou o dia ao seu lado para fazer  com que ele se sentisse melhor, porém comecei a estranhar quando ela começou a andar de mãos dadas com ele. Apesar disso, não estranhei pois eram grandes amigos e ela vivia abraçada a ele.

    Continuou o dia e então comecei a sentir ciúmes do casal, pois havia notado que ela começou a dar beijinhos em suas bochechas, pescoço e mãos. Ela começou a fazer carinho de uma maneira sedutora nele. Percebi então que já não se tratava tanto de uma amizade, mas sim algo a mais.

    A partir daí comecei a entrar em um nível de ansiedade muito alto (justo agora que o tratamento estava progredindo). Tentava me controlar o máximo o possível, mas a doença era mais forte que eu. Minha amiga Olívia tentava me ajudar a ficar calmo. Ela perguntou se havia algo que tinha me deixado estressado. Eu respondia que não, mas no fundo ela sabia que era a Jéssica. As crises da minha doença estavam ficando piores.

No fim do dia, como de costume eu fui acompanhar Olívia até o seu armário. No caminho, encontramos Jéssica e Reizenberg, mas eles não nos notaram. Estavam de mãos dadas, descendo as escadas como um casalzinho feliz. Então continuei conversando com Olívia e quando olhei para o casal vi algo que me deixou triste e abalado. Reizenberg havia beijado Jéssica. Tentei me controlar o máximo que pude, mas meu semblante dizia outra coisa. Olívia também notou. Nesse instante desapareceu de mim toda a admiração que sentia por Reizenberg, pois ele sabia o quanto eu gostava de Jéssica.

    Fui para casa com a cara vermelha e pensando o tempo todo naquela cena. Aquilo doía muito mas se eu gostava dela, então tinha que deixar ela ir. E foi isso que fiz. Por um certo tempo deixei ela de lado, fiquei feliz por ela, mas depois voltei a gostar dela. Havia então declarado guerra a Reizenberg, em disputa pela Jéssica. Era como França e Alemanha disputando a Alsácia-Lorena, apesar de nenhum dos dois conseguir-la no final.

No final, consegui superar de vez Jéssica. Reizenberg não. Resolvi superar, pois não havia chance de sucesso nessa "guerra" para mim. Não havia motivos para continuar insistindo nisso. Então me tornei amigo de Jéssica e as coisas estão bem melhores assim.

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