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Resenha de Amar, Verbo Intransitivo de Mário de Andrade

 

SOBRE:

        O livro, publicado em 1927 – Amar, Verbo Intransitivo – do autor Mário de Andrade trata da passagem de uma suposta professora de Alemão na casa da família Sousa. Na obra, Mário de Andrade prende a atenção do leitor para vários aspectos. O primeiro é a linguagem, considerada indevida para a época, pois se afasta do português correto ao imitar alguns padrões coloquiais brasileiro. Já, o segundo mostra a contradição do título, pois, o verbo "amar" é transitivo direto e não intransitivo. E, por ser apresentado na capa como Idílio – resulta numa forma singela de amor em que não pairam dúvidas quanto à reciprocidade entre dois sujeitos envolvidos.

 

RESENHA:

        O pai de Carlos, Sousa Costa, contrata Elza, uma antiga amiga, para passar um tempo em sua casa a fim de ser professora de seus filhos. Com isso, Elza vai a casa passando-se por professora de alemão. Porém, a sua missão é ensinar “a arte de amar” para Carlos, filho mais velho de Sousa e ainda imaturo. Elza, que a partir de então passa a chamar-se de Fräulen, dá início as aulas práticas de alemão com Carlos e suas irmãs. No começo, Carlos não se anima com as aulas e não se aplica, pois ainda não mostra interesse por Elza, o que a deixa preocupada, já que em trabalhos anteriores os meninos mostravam interesse mais rapidamente. Porém, ao reparar a inexplicável beleza dela, o menino começa a se interessar pelas aulas e pela professora cada vez mais.

        A professora quando percebe o interesse de Carlos diminui as insinuações já que isso seria o início para fazer nascer o amor. Com esse interesse, ele muda sua postura, passando a ficar mais em casa, e nesse período o menino pede para que a professora lhe ensine piano e até mesmo a costurar, para ter a chance de ficar mais tempo ao seu lado. Depois de algum tempo, Elza parece fazer parte da família de tão íntima que se tornou de todos os membros ali presente. Entretanto, D. Laura, esposa de Sousa, ao perceber o interesse do filho pela professora e, sem saber da verdadeira história, pede à “professora” que deixe a casa. Porém, a mesma vai até Sousa para perguntar o porquê que não contou a D. Laura o verdadeiro motivo de sua presença na casa.

        Sousa, então, decide contar tudo a esposa, mas, Elza por orgulho decide ir embora, porém não queria e sofre com isso. D. Laura e Sousa iniciam uma discussão sobre a permanência ou não da professora na casa, porém, mesmo sem muito interesse de ambos, Sousa pede a Elza que fique e a mesma aceita. Elza, com o consentimento agora de D. Laura, insinua-se durante a aula mais diretamente para Carlos, o mesmo hesita por não saber o que fazer, porém, ele pede para ela se aproximar novamente e a beija. Ele vai à noite ao quarto de Elza e os dois têm a primeira noite de amor que se repete algumas vezes até que Sousa, D. Laura e Elza decidem que o “lance amoroso” deve terminar, e acaba de uma maneira trágica com um susto. D. Laura suspira, pois, já estava acostumada com a presença de Elza na casa. Em um belo dia Carlos se assusta com a possibilidade de Elza ter ficado grávida, mesmo ela não estando. Mas, mesmo após toda a revelação Carlos vai até seu quarto procurar ela, porém, Elza não abre a porta. E, na hora de ir embora pede para se despedir de Carlos. Ao fazer isso, ela o beijou na testa, num sinal de respeito e chora, ele fica diferente após a partida dela – tornou-se homem. O sofrimento da partida de Elza demora a passar, mas, passa. Sendo assim, Carlos vai ao teatro conversa com amigos e segue a vida normalmente. Depois de alguns anos, eles se reencontram de longe num carnaval, ele acena para Elza, mas com sentimentos limpos.

Danielly Queiroz
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